Minha última semana nos Estados Unidos e pude experienciar um feriado especial aqui, o dia que marca o aniversário de Martin Luther King, expoente na batalha contra a segregação que nos anos 60 determinava nesse país qual assento de ônibus era para o branco e qual era para o preto. Determinava a mesma separação nas escolas, bairros e mantinha explícito aos olhos da sociedade os piores aspectos morais do ser humano.

A escultura “The Embrace” – O Abraço – em Boston, eterniza a mensagem de King no centro da cidade:

“O amor é uma força tão poderosa. Ela está lá para todos abraçarem – aquele tipo de amor incondicional por toda a humanidade. Esse é o tipo de amor que apela para as pessoas entrarem na comunidade e tentarem mudar as condições de lá pelo outro, assumindo o risco pelo que elas acreditam”.

O abraço é o símbolo maior desse sonho que persiste vivo na mente de todos que querem, como King, que “as nações julguem as pessoas não pela cor da sua pele, mas pelo conteúdo do seu caráter”. O abraço é a a única reconciliação possível, para alcançarmos um futuro em que o lugar do racismo será apenas no museu, entre quadros e exposições onde refletiremos os vícios da nossa origem, do nosso passado.

Assim é o nosso papel na cidade, nos nossos círculos sociais, de nos posicionarmos sempre para vermos nas diferenças a beleza de que somos únicos, e nas semelhanças somarmos força pelo nosso futuro e o das próximas gerações. Um futuro em que num só quadro estará pintado o belo colorido de toda a pluralidade humana.